Augusto Dias e Ernesto Loureiro disputavam um match de rápidas, melhor dizendo, rapidíssimas; um minuto por jogo!!!
Estávamos todos à volta da mesa gozando aquele desenfreado e inédito «combate» quando, inesperadamente, se ouve uma voz que mais parecia um trovão, vindo da porta de entrada do Clube, que perguntava:
- Posso entrar?
O Loureiro, nosso Presidente, parou o relógio, olhou para a porta e disse:
- Claro que pode entrar.
O visitante aproximou-se da mesa e o jogo continuou. O indivíduo abanava a cabeça a cada lance do Loureiro, começando a intrigar todos, especialmente o próprio Loureiro, que já transpirava como um chuveiro.
Depois de muitos jogos feitos, tantos que já ninguém sabia quantos, o visitante decide-se a perguntar ao Loureiro:
- Posso fazer-lhe uma pergunta?
- Mas é claro que pode!
- O que é que o Senhor faz às peças?
- Quais? Ás pretas ou ás brancas?
- Ás pretas.
- No fim dos jogos limpo-as com um pano de feltro e arrumo-as na caixa.
- Hum! E ás brancas?
- Limpo-as com um pano de feltro e arrumo-as na caixa.
O visitante muito irritado e com os olhos quase a saírem-lhe das órbitas, pergunta:
- Oiça cá meu caro: sempre que lhe pergunto alguma coisa sobre as peças, você pergunta se quero saber das brancas ou das pretas, sendo que a resposta é a mesma!?
O Loureiro respondeu assim:
- Saiba meu caro senhor que as brancas são minhas!
- Ai é! E as pretas?
- Também.