7 de Março de 1996.
Foi este o dia em que eu conheci o
Augusto. Um dia que mudou a minha vida.
Na altura eu tinha 12 anos e o meu pai
levou-me aos Bombeiros de Alverca à procura de um clube onde
pudesse jogar xadrez.
Quando passámos pela sala do bar,
estava lá um velhote de cabelo branco, sozinho, com o tabuleiro de
xadrez à frente – o Augusto.
Depois das apresentação, ele disse
para o meu pai:
“ - Não se preocupe. Deixe-o cá que
agente 'trata-lhe da saúde'.”
E a partir desse dia, passei a ir lá
ao clube quase todos os dias para jogar xadrez.
O Augusto ensinou-me muito sobre
xadrez. E ainda mais sobre muitas outras coisas.
E nos 18 anos seguintes, para mim, a
sua imagem era sempre a mesma.
Sempre bem disposto com as suas piadas
e gargalhadas contagiantes.
Por vezes eu até me ficava com dores
de barriga e falta de ar de tanto me rir com ele e com todo o pessoal
do clube.
Não sei quantos torneios fui jogar com
o Augusto.
Seguramente eram mais os que joguei em
que o Augusto estava presente do que aqueles em que ele não estava.
Para sempre me ficam na memória
associadas a ele algumas frases emblemáticas.
“- Não é claro.”
“- Áh, ganda Augusto!”
“- O Augusto é que sabe!”
O Augusto é que sabe