Blogues de Xadrez e blogues de xadrezistas

No nosso Alverca-X há "Links" para outros blogues de xadrez, o que acho uma excelente ideia, mas também há blogues de xadrezistas. Aqui é que fico atrapalhado. É que eu sei mover as peças e gosto de xadrez e até faço parte da Direcção de um clube. Só não me acho de forma alguma um xadrezista... E tenho um blogue... Ó amigo Cláudio, não posso meter uma cunha para ter o meu blogue como link, onde todos serão muito bem-vindos com os seus comentários?


Pelo sim pelo não aqui vai:

http://ofuraoindiscreto.blogspot.com

Apareçam!

José Gomes da Silva

Belfort e os militares

Há cerca de 27 anos, como Cadete, sofri as "passas do Algarve" na instrução militar ministrada quer na área do Treino Físico quer na Instrução Individual do Combatente, que compreendia saltos, pistas de infiltração, pistas de obstáculos, bases tácticas, semanas de campo, etc etc. No entanto, como iríamos ser futuros Oficiais dos quadros da Força Aérea Portuguesa, os nossos alojamentos eram condignos, asseadíssimos, confortáveis. Dessa sorte, quase três décadas volvidas, não se puderam gabar os nossos jovens xadrezistas em Belfort, que quase dormiram em algo que recorda o Diário de Anne Frank (passe o exagero e o respeito) . O que é certo é que aqui o pai do rapazito teve de desembolsar quase 700 carcanhóis para esta estadia (leiam-se Euros) . "Vive la France!" (Na Grécia em 2004 TODOS os participantes foram alojados em Hotel de 5 estrelas, mas não comparemos o PIB de ambos, a Grécia é uma Civilização milenar, por isso riquíssima ).

José Gomes da Silva

Participação

Então aonde é que estão os xadrezistas deste blogger?

Só o Major Pica-monas é que escreve?

Estará este blogger em decréscimo?

Está como o Xadrez em Alverca?

E para quando um torneio de Xadrez em Alverca/Vila Franca organizado pela SFRA e os Peões?

Vamos lá a participar malta! Digam qq, já começo a ficar farto de tanta conversa militar (brincadeira).

Correcção de ELOS de Belfort

Após ter recebido providencialmente a correcção aos números que referi no meu post anterior, achei que o assunto estava encerrado. Providencialmente porque de vez em quando lá passo no site dos comentários manhosos e dos disparates em catadupa. Daí não poder deixar de rectificar a diferença de ELO registada pelos nossos jovens e reiterar a ideia de que não é com uma excursão de técnicos que os resultados melhoram. Aí apenas melhorarão sim os resultados líquidos do exercício dos ditos supranumerários técnicos. Neste caso específico, como não houve supranumerários, e pelas informações que me chegaram, o trabalho de António Fróis e de José Padeiro foi simplesmente...fantástico! Como pai um muitíssimo obrigado pelo superior profissionalismo demonstrado permanentemente ao longo destes longos 10 dias.

Aqui vão então as diferenças de ELO reais com K=15

João Guerra e Costa -35
Ariana Pintor -5
Rafael Teixeira -4
Ricardo Sousa -15
Ana Baptista -2
Ruben Pereira -24
Miguel Silva -2


José Gomes da Silva

Belfort - Resultados finais

Terminou o Campeonato do Mundo de Jovens. Para que não pensem que vou falar em familiares apenas exponho os dados e os leitores que concluam o que quiserem:

João Guerra e Costa - Nº 53 à partida, desce 28 lugares e perde 23 pontos de ELO

Ariana Pintor- Nº 32 à partida, sobe 4 lugares mas perde 3 pontos de ELO

Rafael Teixeira - Nº 82 à partida, desce 1 lugar mas ganha 2 pontos de ELO

Ricardo Sousa - Nº104 à partida, desce 28 lugares e perde 10 pontos de ELO

Ana Baptista - Nº 26 à partida, mantèm o lugar mas perde 1 ponto de ELO

Ana Libório não tem Elo, faz 3 pontos e Bloco FIDE

Ruben Pereira - Nº 20 à partida, desce 3 lugares e perde 11 pontos de ELO

Miguel Silva - Nº 67 à partida, desce 27 lugares e perde 2 pontos de ELO

César Rodrigues - Nº 44 à partida, desce 48 lugares e mantém o ELO (não jogou contra FIDE)

Nuno Afonso, Paula Pereira e Ana Rato têm a sua primeira experiência ainda sem ELO FIDE e por isso o seu escalonamento não é importante em relação à posição final. Porém, os 5 pontos de Ana Rato são sempre de destacar, bem como os 4,5 de Paula Pereira.


Agora concluam o que quiserem os Mestres, candidatos a Mestres e afins, que eu cá tenho a minha opinião, mas já vi que é melhor guardá-la...


Parabéns sinceros à pequenina Ana Margarida Rato pelo seu comportamento na sua primeira internacionalização! Força miúda!


José Gomes da Silva

Resposta a António Vítor

Como não consigo colocar como comentário tenho que a colocar como artigo:


Parece-me bem que devo ter falado cantonês no meu "post" anterior. Eu explico para todos os que porventura tenham vislumbrado no meu post alguma referência específica ao meu filho Miguel Gomes da Silva.
O que escrevi tem a ver com o facto de verificar que os jogadores com treinadores tiveram neste Mundial resultados iguais ou piores do que aqueles que os não têm (temos exemplos flagrantes de derrotas contra adversários com mais de 200 pontos de diferença de ELO).
O que escrevi tem a ver com os péssimos resultados que T O D O S os jogadores fizeram (à excepção de João Guerra e Costa na 1ª Ronda).
O que escrevi tem a ver com o facto de praticamente nenhum jogador ter subido lugares na tabela onde foi escalonado à partida (à excepção de Ana Baptista, 1 lugar e de Ana Margarida Rato).
O que escrevi tem a ver com falta de brio profissional e patriótico numa equipa que representa um país (nenhum deles irá à tropa, a Bandeira Nacional nunca lhes dirá nada).
O que escrevi tem a ver com a péssima qualidade de alguns pseudo-comentadores de xadrez na net, que vêem um Mundial como uma Competição entre Portugueses.

Mas já que o António Vítor se referiu com tanto empenho ao Miguel deixe-me recordá-lo (e o António Vítor deveria tê-lo dito publicamente), que o Miguel nem 8 lições teve consigo e talvez tenha tido outras tantas com MI António Fróis o que representa Z E R O na formação de um jogador, embora um jogador que apenas joga há 3 anos sempre sem treinador (e ainda bem). O Miguel chegou a pedir-me para desistir das suas lições por não concordar com os seus métodos de trabalho (lembro que lhe EXIGIU um dia a utilização da Caro-Khan numa prova oficial sem ele a conhecer minimamente, ficando furioso com ele ao verificar a sua recusa em aplicá-la).
E cuidado com os telhados de vidro. Deixe-me recordá-lo também que, desde que assumi funções na Direcção do Grupo de Xadrez “Os Peões de Alverca” nunca vi o António Vítor empenhar-se na formação de nenhum elemento da equipa , apenas indicando, como Director Técnico, constituições de equipas e nos últimos tempos abandonando mesmo a sua colaboração como jogador nos momentos mais críticos, onde a sua ajuda era fundamental para o Clube a que TUDO deve na sua vida como jogador de xadrez. O Grupo de Xadrez "Os Peões de Alverca", embora entristecido com este facto, continuará sempre em frente com o seu espírito participativo e de plena colaboração e sempre com um abraço caloroso e um sorriso para dar a todos os que honram os seus elementos com a sua amizade desinteressada.
A vida não é só EU e ELO, a vida não é só MIM e MI. Ela também deve ser formada por camaradagem, lealdade e espírito são...
E deixe que lhe diga que o seu comentário de construtivo nada teve.

Major Gomes da Silva
4:09 PM

Belfort do nosso descontentamento

Estamos apenas a uma Ronda do fim do Campeonato do Mundo de Jovens em Belfort, França, com a presença de uma Selecção Portuguesa constituída por alguns miúdos pagos pelos contribuintes na totalidade das despesas, outros em parte, e outros totalmente a expensas próprias. Dado que apenas dois sites portugueses estão a fornecer dados e comentários sobre o evento, um de uma Associação, com o legítimo realce para os seus associados e outro... cómico, a avaliar pelos hilariantes comentários, como se os portugueses estivessem a fazer um campeonato entre si, na óptica do pseudo-comentador. Talvez seja altura, por isso, de apresentar um quadro sobre o comportamento real dos nossos jovens e tirar daí as ilações julgadas convenientes:



Nome, Escalão, ELO, Posição Inicial, Posição Actual, Variação no ELO

João Guerra e Costa Sub-18 2258 53 84 -20
Ariana Pintor Sub-18 2081 32 38 -6
Rafael Teixeira Sub-16 2076 82 98 -1
Ricardo Sousa Sub-16 1939 104 140 -10
Ana Baptista Sub-16 2025 26 25 -3
Ana Libório Sub-16 - 67 88 -
Ruben Pereira Sub-14 2239 20 31 -14
Miguel Silva Sub-14 1958 67 94 -2
César Rodrigues Sub-12 1772 44 85 0
Paula Pereira Sub-12 - 48 83 -
Nuno Afonso Sub-10 - 21 115 -
Ana Margarida Rato Sub-10 - 71 57 -


Como se pode verificar, a participação dos jovens portugueses é manifestamente sofrível, se não medíocre, à excepção de ANA RATO, atendendo não só à experiência de alguns "decanos" do xadrez jovem como também aos dados inquestionáveis correspondentes a fórmulas matemáticas aperfeiçoadas ao longo dos anos para que se tenha uma noção exacta do comportamento de um xadrezista numa prova. Após estes dados (fornecidos pela organização e disponíveis na net) questiono quem me possa elucidar:

- Durante quanto tempo de antecedência e com que carga horária foi efectuado o Estágio de Preparação para este Mundial?

- Porque é que os jogadores com treinadores não sobressaiem minimamente em relação aos que os não têm?

-Porque é que o empenhamento na competição se verifica mais nas camadas mais "infantis" e menos nas "adolescentes"?

- Quem deu e quando foram dados a estes jovens conceitos sobre prestígio nacional, representação oficial de um país, sentido de responsabilidade?

-Porque é que não se participa em Campeonatos Europeus de Júniores em vez de Mundiais, dado que as filosofias dos países participantes nos primeiros são mais idêndicas às nossas (mais "popcorns" no cinema, mais "McDonalds", mais "Strawberrys with Sugar"...) e por isso os resultados francamente mais prestigiantes para Portugal?

-Porque é que sempre que os participantes dos outros países num Mundial, sempre carrregados de "pins", "autocolantes" e outros objectos com a bandeira dos países que representam, quando os oferecem aos portugueses estes dizem "thank you" sem nada para dar?


Em todas as perguntas formuladas não responsabilizo minimamente o demissionário Presidente da FPX, Álvaro Costa, que já muito fez pelo Xadrez Nacional (como não o responsabilizei por altura do escândalo do critério de desempate de rapidinhas utilizado nos Nacionais de Jovens de 2005, por tal disparate ter sido introduzido por outra pessoa, francamente ignorante, noutra época, e Álvaro Costa não ter tido tempo de alterar tal anormalidade).


Haveria muitas mais perguntas e terei todo o gosto em as formular,mas já ficaria satisfeito com algumas respostas a estas

José Gomes da Silva

Álvaro Costa

Conheci-o pela primeira vez há alguns anos, poucos, em Mondariz, não como alguém ligado especificamente ao xadrez, mas mais como um pai que, tal como eu, tinha filhos a praticar este desporto. E que filhos! O contagiante humor e o sentido de camaradagem do João, aliados à doçura e simpatia da Catarina, tornam-nos verdadeiros exemplos de uma esmerada e responsável educação. Aconteceu que o nosso tema de conversa, por motivo da minha própria experiência profissional, foi o de existirem indivíduos nos lugares errados, quer na liderança de topo, quer em qualquer tipo de liderança que envolva o prestígio e a projecção de Portugal no Mundo.

Nem de propósito, e pouco tempo depois de termos conversado, aconteceu o que sabemos todos (saberemos mesmo?) à Federação Portuguesa de Xadrez (dessa altura). “Faliu” por manifesta irresponsabilidade e incompetência do então Presidente.

Abriram-se inquéritos, e foi mesmo paralelamente efectuada uma comunicação da situação ao Ministério Público. Como cidadão espero muito atenta e ansiosamente pelo seu desfecho, por ter sido directamente prejudicado pela incompetência “daquela” Federação (a não ser que esteja em segredo de justiça). Mas adiante.
A partir desta altura, quer através da Comissão Administrativa formada imediatamente, quer através dos novos Órgãos Federativos eleitos sem oposição, tudo aquilo a que assisti foi a obra feita, consubstanciada em comunicados pertinentes e consistentes, contratos firmados de forma honesta, critérios isentos, e um sem-número de iniciativas demonstrativas de manifesto empenho na recuperação do que fora destruído. A chefiar quer a Comissão, quer a nova Federação esteve o homem com quem comecei esta pequena crónica , como já todos saberão, ÁLVARO COSTA.
Não serão decerto os seus bonitos olhos ou o seu fino trato que me fazem proferir estas palavras (não sou para aí virado, passe a brejeirice). Com esse tipo de argumentos haverá já por aí muitos vigaristas capazes de conquistar muitos afectos e confiança aos mais desprevenidos.


A sobriedade das suas decisões, muito bem ponderadas e sempre alicerçadas nos mais elementares princípios de legalidade, isenção, equidade, ética e moral, aliados a uma abnegação ímpar com que se entregou à tarefa titânica de refazer dos escombros uma instituição praticamente destruída (que deveria ser muito mais acarinhada pelos actores da cena xadrezística), a seriedade, transparência e honestidade, há tanto tempo arredados do cargo que ocupou, tornam indubitavelmente Álvaro Costa um grande exemplo, um exemplo de um Presidente que fez mais pelo Xadrez Nacional em meses do que muitos foram capazes de fazer em anos de refastelamento na cadeira e de bilhetinhos de avião na mão.

Foi pois com muita tristeza que li o seu pedido de demissão. Quando os poucos D. Quixotes que por aí ainda andam, acreditando ainda em valores cada vez mais longínquos nos seus campos de visão tiveram a vã esperança de que agora é que iríamos ter uma Federação, sentiram de novo a terrível sensação e o pavor da possibilidade de voltar tudo à estaca zero ou, pior ainda, ao “antigamente”. Considero-me um deles, feliz ou infelizmente.
Sei que há sempre cretinos cujo encéfalo só sabe produzir impropérios contra tudo e contra todos, sempre que lhes tiram 10 cêntimos dos bolsos. Foram poucas estas vozes (eu diria quase nenhumas) durante o seu mandato agora interrompido. Porém, todos temos a perfeita consciência de que os cargos de chefia com alguma visibilidade são naturalmente expostos quer a críticas obscenas quer a bajulações despropositadas. É por isso mesmo que, para que não haja confusões, esta espécie de louvor pessoal está a ser escrito e tornado público após consumada a sua saída.

Terminando, desejo ao ÁLVARO COSTA, os meus sinceros parabéns pela qualidade do seu trabalho e da equipa que chefiou. Nada se faz sozinho, por isso e por muitas vezes é a escolha dos colaboradores que dita o sucesso ou porventura o fracasso de um projecto. Não quero crer que este desfecho tenha a ver com as qualidades ou deficiências dos elementos que constituíram esta equipa...

Desejo sinceramente as maiores felicidades no futuro a ÁLVARO COSTA e à sua fantástica família.


Alverca, 26 de Julho de 2005


José Manuel Gomes da Silva