Bestas Negras e Bolas de Berlim: O VIII Dominical!

Fraquinho na clientela, o VIII Dominical da SFRA lá se realizou com tantos jogadores como dedos tem uma mão canhestra: 5! Igualado assim o record de menor participação, sintam-se os faltosos severamente admoestados! Sendo certo que 19 de Novembro foi dia de torneio na Benedita (a Linares portuguesa, com a sua academia e úbere actividade escaquística), não menos certo é serem os dominicais da SFRA provas de grande interesse técnico e elevadíssima relevância existencial: laboratório da alma humana, pois então.

Lembram-se que, em tempos, se comemorou por cá (por Lisboa, melhor dizendo) o dia mundial do xadrez nesta data? A CM Lisboa organizava os seus festivais, trazia Kasparov, Karpov, Spassky, Anand e Pacheco Pereira? E Dvoretsky! Que dava aulas! Com Santana Lopes foi-se o dia mundial do xadrez. Mas ficaram os alicerces de um novo Parque Mayer! Honra seja feita ao "Menino Guerreiro"!

Participaram os totalistas Boino e Norberto, os indissociáveis Chico e Lucas, e Campos, o Gladiador Marinho do Porto de Merano!

Boino, a uma sessão do fim, somava tantos pontos quantas as partidas jogadas mas... enfrentou o Chico! E, pasmem os leitores, equivocou-se numa Berlinense tendo que admitir que perdera com um adversário muito mais versado em bolas de berlim do que em Espanholas Berlinenses... Como o próprio Francisco admitiu mais tarde, comprou um livro sobre a Berlinense julgando tratar-se de um manual de culinária! A custo evitando o afogado, Correia conseguiu arrancar o ponto a este vosso amigo. Parabéns, pois então! É proeza não pequena! Apesar do incidente com as bolas de berlim, o Lendário Capitão somou mais uma vitória nos dominicais tendo ficado a 1 ponto do segundo classificado, o Hélder Jorge Oliveira da Silva Lucas: a Besta Negra de Francisco Correia!

Uma vez mais, o Lucas impôs ao Francisco uma dupla derrota! Na primeira partida, Lucas safou-se de boa, ganhando em improvável posição. Na segunda volta, Francisco, já de espinha partida, deu Dama e partida! Manteve-se a tradição: sempre que um destes dois ganha a primeira partida, ganha a segunda! Tremendos confrontos, meus amigos, em que a alma e o sangue se jogam no damasquinado: ali não se perde nem se ganha. No fim, um existe e o outro não.

Norberto e Campos fizeram prova muito regular. Fizeram um ponto cada um. O Campos contra o Norberto. O Norberto contra o Campos. O fosso cavado entre eles e os outros afunda-se... ou não? Longe vão os tempos em que o Norberto limpava as duas partidas ao Francisco... Voltarão? Não perca, pois então, o IX Dominical. Que é já no próximo domingo, às 11,00h. Depois da missa.

BOINO

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VII Dominical e O Livro de Poemas de Serafim

Pelo sétimo domingo consecutivo, na paróquia de Alverca, realizou-se o Grandioso Torneio Dominical da SFRA! Acorreram nove bravos atletas que assim pulverizaram o anterior record de participantes que se cifrava em apenas sete. Boino e Norberto são os únicos com sete participações: desta vez, Francisco Correia faltou à chamada. Caso viesse, seria também ele totalista. Assim, para além dos dois totalistas, participaram ainda Lino, Rocha, Vieira, Aurélio, Abílio, Campos e Domingos Farinha. Deixo uma nota especial para este último que se estreou em absoluto nas lides xadrezísticas! Bem vindo, Domingos Farinha! Aguarda-se agora nova estreia: o seu primeiro ponto!

Desta vez, o Lendário Capitão esteve em grande forma! Venceu todos os jogos com aparente facilidade e inesgotável alegria! Oito pontos em oito possíveis! Nuno Lino esteve bem, fazendo seis pontos, tendo perdido apenas com o sempre imprevisível Vieira e com este vosso amigo. Com cinco pontos ficaram Rocha, Vieira e o estreante Abílio Martins, homem que se deslocou dos longínquos Olivais para se juntar à Grande Festa do Xadrez! Norberto Santos conseguiu em manhã feliz quatro pontos ficando a léguas do Aurélio, homem que veio do Algueirão, que somou apenas dois e de Campos que se mantém em crise de eficácia: contou apenas um ponto sacado ao debutante Domingos Farinha.

Em manhã soalheira, assistiu-se também ao lançamento de um formoso livro de poemas, escrito por José Serafim, antigo damista e companheiro de sala em tempos em que as damas partilhavam o espaço do xadrez. Por isso mesmo, e pelo valor intrínseco da sua obra, no final da prova estavam na secção de xadrez diversos exemplares desse bonito livro, cheio de imagens a preto e branco e com uma capa a cores! Com rimas ora emparelhadas ora cruzadas, Serafim conta a sua vida e deixa, em versos grandes e pequenos, um testemunho pitoresco e honesto de uma existência que assim se imortaliza. Muitos acorreram ao certame realizado nas instalações da SFRA demonstrando com clareza o apreço que este poeta popular suscita entre os seus pares. Um abraço ao Serafim!

Talvez ligado ao anterior parágrafo, um insólito acontecimento marcou o nosso torneio: tivémos espectadores! Lembro-me de um, com as mãos untadas de croquete, os olhos vidrados de sono e de martinis, que, por alturas do beberete dado por Serafim, entrou pela sala de xadrez! Com que admiração acompanhou ele as combinações de Aurélio, os ataques de Campos, as subtis defesas de Norberto! Com que emoção terá o espectador vibrado com as mirabolantes complexidades tácticas do duelo entre Rocha e Lino, que decidiu a favor do último, o segundo lugar? Regressará ele a Moimenta da Beira, santa terra que emprestou por um dia a Alverca um autocarro cheio dos seus filhos para que estes estivessem presentes no lançamento do livro do seu conterrâneo Serafim, decidido a por lá fundar clube de xadrez? Eu penso que sim!

Findo a prova e o seu relato, rogo-vos paciência! Para a semana haverá mais emoção, mais drama, mais excitantes duelos!

BOINO

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Deus Perdoa mas o Lucas Não ou o VI Dominical da SFRA

Na sexta edição de uma das mais importantes provas do calendário nacional, Hélder Lucas falhou, por pouco, um milagre digno de ser visto por três ou quatro pastorinhos! Não é que o safardanas empatou os dois jogos contra o lendário Capitão? Não é que o tragalhadanças venceu por duas vezes o pobre e indefeso Chico? Mesmo o afamado Peão Rocha caiu, na primeira volta, ante o corrosivo xadrez do atleta Lucas! Este vosso criado largou,nessa mesma primeira volta, ponto e meio! Que espanto, meus senhores! Que loucura! Assim, no final da primeira volta, o Lucas tinha cinco pontos e meio (cedeu apenas um empate comigo) e eu apenas quatro e meio (o empate com o Lucas e uma derrota com o Rocha!).

O Lendário Capitão estava nervoso! Hesitante, só a custo vencia partida após partida aos seus adversários! Mas... teve de ceder novo empate ao seguríssimo Lucas! Só o Rocha, sempre ele, o vergou nesta segunda volta. Na última sessão, enfrentei-o e, vencendo-o em bom estilo, passando a modéstia, consegui igualar o Hélder Jorge no primeiro lugar que assim foi dividido, de nada servindo todos os critérios de desempate! O Lendário Capitão teve de encontrar no pódio um espacinho onde se encaixasse Hélder Lucas: o homem que, pela primeira vez nos Dominicais, desafiou a hercúlea potência e olímpica força de Cláudio Boino, este vosso humilde servo.

Nesta sexta edição do Dominical, bateu-se o record de participantes. Sete foram os magníficos xadrezistas que se bateram na manhã de mais um sangrento domingo! Além dos já falados Boino, Lucas, Chico e Rocha, também Loureiro, Campos e Norberto participaram. Do que nas mesas traseiras se passou não se pode aqui falar: não vá o "blogspot" fechar o Alverca-X!

Uma vez mais, a prova foi acompanhada pelo sabático Vítor Miguel que a arbitrou. Será que Miguel regressará um dia às lides?

BOINO

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