Mais Coisas de Alverca

Em relação às "saídas forçadas", não me lembro de nenhuma, e se as houve, terão sido forçadas pela facção separatista (também tenho direito a fazer as minhas provocações...). No entanto, olhando para estas coisas dez anos depois, não posso deixar de considerar acertada a decisão do Walter, do Ernesto e do Augusto: havia um clube com mais de trinta jogadores, as equipas são, como se sabe, de quatro, e felizmente havia, e há, lugar na cidade de Alverca para dois clubes de Xadrez. É com grande orgulho que afirmo isto. Poucas cidades portuguesas possuem dois clubes activos nesta modalidade e Alverca é uma delas.

Hoje, a SFR Alverquense, tem mais de uma dúzia de jogadores activos, tem uma equipa razoável, inteiramente formada de jogadores que nunca jogaram em qualquer outro clube, com meia dúzia deles acima dos 2000 FIDE. Tem ainda alguma formação, com perto de uma dezena de míudos a aprender o Jogo e possui, disseste bem, António, excelentes instalações. Organizou já várias sessões da Taça de Lisboa, com grande sucesso, em óptimas condições, e organizará mais certamente. É um clube de Xadrez forte e que não desaparecerá do panorama nacional, podem disso estar descansados.

Os Peões de Alverca, clube que acompanho atentamente (sou sócio pouco activo, mas sócio), têm um passado atribulado, com uma honrosa passagem pela primeira divisão, tiveram equipas excelentes, nos tempos do Pina, do Nélson, do Rex, etc. e têm conseguido manter-se activos, produzido bons jogadores (o Ricardo, o Miguel, o Cunha e o Van Dunen), mantêm jogadores mais antigos em óptima forma (o Zé Duarte, o Cláudio Guimarães, etc.) e contam com a enérgica colaboração do seu veterano trio fundador. São bem conhecidos no Xadrez nacional, bem vistos e enchem de orgulho a cidade de Alverca. Merecem melhores condições para jogar e tê-las-ão, estou disso certo.

Nos últimos tempos, a contribuição do António Vítor tem sido preciosa para a manutenção do bom nível competitivo do clube e para a seriedade competitiva. O Vítor é um jogador sério de Xadrez e tenho sincera pena de ter sido o Walter (e o resto dos Peões) a conseguir-lhe o passe. Tenho muita pena de não poder ceder o meu lugar no primeiro tabuleiro da SFRA ao António, mas ele optou bem, escolheu como devia, um clube que militava na primeira divisão que lhe possibilitararia jogar contra adversários mais fortes a quem pudesse, como pode e fez, disputar os preciosos pontos de Elo que lhe permitirão em breve chegar a MI.

Em suma, Alverca tem dois clubes, bem diferentes, que se complementam e que fazem desta cidade uma das mais activas xadrezisticamente do país. E disso todos nos podemos orgulhar. As diferenças servem para distinguir estes clubes mas não para separá-los. Por um lado, a SFRA representa com fidelidade a cidade, dado se constituir agora e sempre por rapaziada de Alverca. Por outro, os Peões reforçadíssimos com gente de fora, levaram a cidade à primeira divisão. Se em tempos foi a SFRA quem criou jogadores, nos últimos anos foram os Peões quem o fez. Se na SFRA a equipa é a mesma há dez anos, nos Peões varia todos os anos mas mantém sempre um patamar elevado.

Que se mantenham os Peões e a SFRA com saúde por muitos anos e que se possam encontrar muitas vezes sobre os tabuleiros. Até porque tenho algumas contas a ajustar contigo, meu caro António.

Coisas de Alverca

Em primeiro lugar, quero registar aqui os meus parabéns ao Augusto Dias, ex-SFRA, pela sua veterana conquista. O espírito lutador deste homem merece todas as vitórias. Sinceríssimos parabéns, portanto, ao Augusto, que a todos deve servir de exemplo de preserverança e de ilimitada entrega ao Jogo.

Em segundo lugar, quero responder à provocação do António, ufano, e com razão, com a vitória por 4-0 com que os Peões brindaram a SFRA! Não te esqueças, António, que há duas semanas empatámos 2-2 com uma falta de comparência nossa. Com efeito, o único facto seguro e imutável nos encontros entre os clubes alverquenses é a derrota dos da SFRA no primeiro tabuleiro. Nos últimos 4 encontros, variando todos os outros resultados, o António resolveu sempre o assunto, com maior ou menor dificuldade, com este vosso amigo. Aguardo, no entanto, a quinta oportunidade (vejam o exemplo do Augusto). De todas as formas, desejo aos Peões a maior das sortes nas próximas eliminatórias da Taça.

No que respeita à representatividade da região, caro António, a coisa não é tão simples como possa parecer. No concelho de Vila Franca de Xira existem 2 clubes reais (SFRA e Peões) e 2 ou 3 ocasionais (JD Alhandrense, Atneu Vilafranquense e o Quintanilho). Os Peões de Alverca nasceram de uma cisão da SFRA nos anos 90, onde a geração mais adiantada (Tarira, Loureiro e Dias) constituiu o núcleo da facção separatista. O clube tinha realmente muita gente o que o tornava pesado mas, confesso, tenho muitas saudades desses tempos.

(continua)

Provocações parte 3 "o 4-0"

Foi o resultado entre as duas equipas do concelho de Vila Franca de Xira para a 3º eliminatória da Taça de Portugal.

O vencedor foi o Grupo Desportivo Peões de Alverca, que nasceu à mais de 10 anos constituído por pessoas que sairam (ou foram forçadas a sair) da Filarmónica.

Já desde à alguns anos os Peões têm-se revelado o clube de xadrez mais representativo da região (pelo menos à 3, desde que vim jogar para os Peões).

Têm a palavra as pessoas da Filarmónica. É necessário na minha opinião mais iniciativa, por exemplo à três anos que se está para organizar um torneio de lentas em Alverca com elementos dos 2 clubes, mas como os jogos não podem ser realizados nas instalações dos Peões (bem se viu as condições de jogo no passado sábado) só resta as excelentes instalações da Filarmónica (são realmente boas).

O Sr. Boino como excelente comentador antes e durante os jogos, o que é que tem a dizer a isto?