Tal como todos sabemos, gostemos ou não de futebol, ontem essa modalidade acabou. Deixou de existir. Venceu o Nada.
Mas, perguntar-se-ão, este blogue não versa o Xadrez? É certo que sim e não foram gratuítas as palvras do parágrafo anterior. Sucede que o Xadrez também corre risco de vida! Querem assassiná-lo, tal como fizeram com o futebol!
No entanto, as mortes destas modalidades desportivas (consumada no futebol e tentada no Xadrez) têm consequências bastante diferentes. No caso do futebol, suponho que o cadáver se aguente aparentemente incorrupto durante mais alguns meses, ou mesmo anos. Muitos nem sequer desconfiarão de nada! E, provavelmente, pouca diferença fará. A máquina funciona já sem maquinista.
No caso do Xadrez, o problema é mais sério. E a tentativa de assassinato é ainda mais niilista, é ainda mais atroz! Trata-se da busca pelo mínimo denominador comum, da redução do que é grande e nobre a algo simplificado e banal.
O primeiro atentado, nos anos 90, visou os ritmos de jogo, algo bastante prigoso e de consequências imprevisíveis. Ainda está em curso! E com que argumentos! Para ser "televisonável" diziam alguns! Tontos! Nem que as partidas tivessem 12 segundos! Nunca o Xadrez será fruto apetecido pela indústria da televisão. Serviu apenas para retirar peso à partida de Xadrez, para a "aligeirar".
O segundo ataque veio dos programas de computador, também nos anos 90. Mas, com esses, teremos que aprender a viver, tristemente, assim são os desígnios do progresso.
Recentemente, surgiu o terceiro atentado, o mais letal de todos e que almeja a morte completa do Xadrez! Trata-se da "
jogodogalização" do nobre jogo. Consiste na simplificação das regras para a sua
melhor compreensão. Valha-me Caissa!
Em altura de muitas mortes, evitemos mais esta, quase anunciada, a do Xadrez.
(Que outros deuses se apiedem das gentes de compreensão lenta! Caissa não é conhecida por ser piedosa com eles.)