Adeus

Eu por cá ainda estou um bocado "abananado".... ainda paira em mim um sentimento de incredulidade. O Vitor e eu fomos vê-lo ao hospital na 2ª feira e, apesar de acamado, ele ainda me parecia "rijo". Enfim, há coisas que por mais que lutemos, não conseguimos evitá-las.

Ainda me custa a crer que nunca mais vou entrar na sede dos peões e ver o Walter com o seu cachimbo e rabo de cavalo a disparar peças sobre as 64 casas de um tabuleiro aonde dois exércitos tentam fazer de tudo para sobreviver. Acho que me custa a desassociar a imagem do clube da imagem do Walter...

Ainda me lembro dos primeiros tempos em que apareci no clube e que o Walter me disse: "Sérgio, se alguma vez vieres cá e não estiver cá ninguém para fazer um joguito contigo, telefona-me. Eu moro aqui perto e ponho-me cá em 5 minutos.".
Eu perdi conta ao número de vezes que fiz uso desse telefonema :(.

Enfim, temos todos que pensar que o Walter está agora num sítio melhor. Agora é o tempo de ele rever os seus familiares amados que seguiram o caminho dessa estrada inevitável antes dele. Além disso, ele vai poder ver coisas que nunca viu ao vivo enquanto estava por cá. De certeza que deve haver um cantinho lá em cima, uma Valhala do xadrez, aonde os gigantes do xadrez se defrontam: Morphy, Steinitz, Lasker, Capablanca, Alekhine, Euwe, Botvinnik, Tal, Petrosian, Fischer... De certeza que o Walter vai ser uma figura assídua desses jogos.

Descansa em paz, meu amigo.


Walter Tarira com troféu

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