O Xadrez e as Guerras

Será que numa reflexão mais profunda sobre o Xadrez é associá-lo ás guerras? O que é que está na origem das guerras? Como são conduzidas, e por quem? Quais são os objectivos a atingir com as guerras, por quem as faz? Quem as faz toma parte activa nelas?

Em alguns manuais para a aprendizagem do jogo de Xadrez até é apresentado logo no início e como exemplo, a formações de dois exércitos dispostos no terreno (Tabuleiro). Reis, Damas, Torres, Cavalos, Bispos e Peões.

Quem conduz aqueles exércitos? São adversários entre si e finalmente a vitória só é possível com a morte (Mate) do Rei adversário, o seu abandono da luta ou ainda a falta de comparência no local da refrega. Isto que acabo de dizer é mesmo verdade, porque já o vi com estes olhos que a terra há-de comer!

Tenho assistido e registado alguns “desabafos” vindos de jogadores, que me deixam muito triste. Ora vejamos alguns desses comentários;

«Amassei-o todo; Cilindrei-o; Parti-lhe o roque; Comi-lhe as pecinhas todas; Ganhei-lhe uma peça logo na abertura e depois foi fácil; Parti-lhe a cadeia de Peões e sacrifiquei o Bispo em h7 com mate imparável em 3; Comi-lhe os Peões todos e ganhei o final com mate de Cavalo e Bispo; O Gajo não joga uma beata e o Elo que tem está mesmo inflacionado. Na verdade não joga nada parecido com os 2000 que tem na lista. O que fizes-te? Caiu-me a seta; Consta-se que o tipo comprou os pontos para chegar aos 2000 FIDE; É só esperar? Deu-me um bocado de trabalho mas lá consegui ganhar no final; Estive sempre melhor, só perdi nos apuros de tempo; Sacrifiquei duas peças e a Dama e terminei ganhando com mate de peão em h2; Tive problemas no transporte e cheguei com 45´de atraso; O árbitro foi mesmo caseiro porque naquela posição era empate técnico; etc, etc. »

Mas não apresentei todos os “desabafos”! Há alguns que me escuso a escrever por serem em meu entender demasiado “pesados” para este local, que muito respeito e admiro.

O xadrez não é uma GUERRA! Quanto muito poderá ser encarado como uma “batalha de ideias”.

Posto isso e se dermos “asas” á nossa imaginação começando por dar aos nossos tabuleiros relógios e material, as dimensões do Universo bélico que queiramos analisar, experimentando jogar o “chinquilho” com um parceiro de grande categoria, que nos vá fornecendo constantemente material e do bom, quem ganha? Quando um jogador quer derrotar o seu adversário como uma mó de moinho a esmagar ovos, é uma questão de vazio.

Atenção que não falei na guerra que as Tvs e os órgãos da comunicação social nos vão apresentando diariamente. Deixo estas dicas para que os meus amigos possam reflectir e tirar as ilações que quiserem em plena liberdade e, se finalmente conseguirem desassociar o Xadrez das Guerras, não verem no tabuleiro o que se passa no mundo, sou o primeiro a render-me e aplaudir. O respeito entre os jogadores deverá estar sempre presente. Um jogador de xadrez antes de tudo e mais nada deverá ser um cavalheiro.

2 Comentários:

Às 19 de fevereiro de 2009 às 17:55 , Blogger António Vítor disse...

«Xadrez é um jogo de hooligans» - GM Gulko
«I like the moment when I break a man's ego» GM Bobby Fischer

E agora Walter? tás em cheque! foges, interpões ou tomas?

 
Às 24 de fevereiro de 2009 às 03:03 , Blogger Walter disse...

Depois de muito pensar e quase com a "seta" a cair, opto por abandonar...

 

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